Ecce Homo
I.
São os gigantones,
fantoches do poder,
que baloiçam na sua catedra e trono.
Empunham o ceptro quebrado,
do lugar dado,
Sem meritório caminhar.
Deixa-os estar,
alegremente entregues a si.
Filhos do Nada,
esquecidos de tudo,
baloiçam no seu trono,
com aguerrida fé,
lutando por sobreviver.
Conscientes do nada
que a soma do tudo que são é.
São corvos,
que nos picam os olhos.
São escolhos,
indesejados,
são fragéis
despojos que aos molhos
emergem na amalgama da arrogância.
II.
Sois a vergonha,
o silêncio e a enfermidade.
Sois gente de pouca coisa,
fidalgos da gargalhada.
Sois escárnio para os méritos e virtudes.
Sois as vicissitudes
de um país que vos merece.
Sois bôbo em corte de palhaços,
Plumas, bujigangas,
lantejolas e missangas.
III.
Fica escrita,
em carta aberta,
que este aplauso que vos dedico,
é nojo profundo.
E por aqui me fico,
que escrito está!
Escrevo abertamente,
porque sois estúpidos
e ainda que nomeasse
nomes e lugares,
não saberieis do que estava a falar.
1996 - Évora
São os gigantones,
fantoches do poder,
que baloiçam na sua catedra e trono.
Empunham o ceptro quebrado,
do lugar dado,
Sem meritório caminhar.
Deixa-os estar,
alegremente entregues a si.
Filhos do Nada,
esquecidos de tudo,
baloiçam no seu trono,
com aguerrida fé,
lutando por sobreviver.
Conscientes do nada
que a soma do tudo que são é.
São corvos,
que nos picam os olhos.
São escolhos,
indesejados,
são fragéis
despojos que aos molhos
emergem na amalgama da arrogância.
II.
Sois a vergonha,
o silêncio e a enfermidade.
Sois gente de pouca coisa,
fidalgos da gargalhada.
Sois escárnio para os méritos e virtudes.
Sois as vicissitudes
de um país que vos merece.
Sois bôbo em corte de palhaços,
Plumas, bujigangas,
lantejolas e missangas.
III.
Fica escrita,
em carta aberta,
que este aplauso que vos dedico,
é nojo profundo.
E por aqui me fico,
que escrito está!
Escrevo abertamente,
porque sois estúpidos
e ainda que nomeasse
nomes e lugares,
não saberieis do que estava a falar.
1996 - Évora
1 Comments:
Cara Few Words:
Muito obrigado pelo teu comment. Ainda bem que me tem em consideração. Acho sinceramente que a verticalidade e lisura devem ser virtudes permanentes, que talhem a pessoa, nas suas mais diversas dimensões. Os valores não podem ser entricheirados num pragmatismo que facilite vias de afirmação, aceitação, selectividade ou de promoção. Os valores são valores e ponto final. O indivíduo deve permanecer fiel a eles sempre, ainda que a circunstância obrigue ao pragmatismo. Não podemos esquecer os valores que formam a nossa personalidade e recuperá-los mais adiante. É nos momentos mais difícieis que devemos agarrar-nos a eles, ainda que isso suponha perder a batalha, sofrer ou perder oportunidades de promoção. Tenho pautado a minha vida por esta batuta, ainda que isso resulte em sofrimento, luta e desilusão (sobretudo com as pessoas e como o mundo "gira"), mas enfim, raramente o caminho mais curto é o melhor. Ainda prefiro o mais longo e difícil, gosto de chegar com as sandálias gastas e o cajado quebrado.
Jinhos.
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