sexta-feira, agosto 13, 2004

Degredo

A noite passa,
a manhã nasce,
mas algo em mim permanece.
Já foi permatura,
outraora costume.
Agora? Agora é cárcere.
Mas que será?
Os corpos de pedra que erguem,
gélidos nomes cravados,
lápides de um querer.
Uma aqui,
outra acolá,
outra ainda mais além,
germinam depressa demais.

Nascem ou morrem,
vai-se lá saber!
Os túmulos da noite,
os pequenos acontecimentos.
Deixam-nos saudades?
A noite é tão parca de palavras,
de sentimentos, de nós...
que nada nos deixa senão escuridão.