sexta-feira, agosto 13, 2004

O Tacto

Pingam, em sofrimento,pequenas gotas.
Nascem no passo do tempo,no ondular do mar,
no bater das ondas, e às horas tantas
já não sabem que rumo tomar.

São tuas as mãos que me tocam,
de carne e osso essas mãos,
mas também de poético desejo, de sãos
pecados e rapsódias líricas.
Dissipam a unidade da noite,
a nigromancia dos irmãos,
são essas mãos,
cardos,
cravos vermelhos ensaguntados,
letras soltas,
aliteracias,
pecados apalavrados,
segredos em sussurro.
São amontoados verbos,
murro,
no estômago!
São jejuar perpectuo!
São cilicioso hermetismo!

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Simplesmente lindo!!!
O tacto, sem dúvida é importante e perverso...

5:22 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home