quinta-feira, agosto 05, 2004

Paixão

Equilibrar-se-á a morte,
na semental solidão,
regozijar-se-á a angústia do garrote
na macilenta flagelação.

E a lua que fugia,
pela noite dentro na escuridão.
Corre porque sofria
de destemperança no coração.

A morte atarefada visitará,
na vinagrada noite silenciada,
quem a ferro e fogo se vingará,
da cigana paixão atraiçoada.

Gotejando lágrimas surgirá a guitarra,
rasgará o silêncio da noite,
com um sofrimento que à voz amarra.

Em unísono soará a voz da desgraça,
Que morrerá à Lua
o filho de José e de Graça.