Os sinos da Sé
Tocam os sinos
em cadenciado cantar.
São meninos.
Na arte de soar.
Encimam a torre alta
da Sé.
São gigantes os meninos,
Hermes da Fé.
Movem os corpos de metal talhado
num ritmo pendular,
baloiçam o corpo pesado
que range e manda soar.
Já foram velhos os meninos.
que do alto da torre apregoam.
São sinos,
que demandam conquista
e assim soam.
Ide, tempos de outrora.
Que os meninos,
sinos,
navegantes dos sons solenes,
irão espraiar-se nas praias auditivas,
no porto da nossa fé.
1 Comments:
Oi Few Words:
O poema é mais do que os a descrição de uns simples sinos, a questão não é a fé ou a ausência dela, Deus ou o cerimonial. Os sinos da Sé chamam a algo superior, ao uma introspecção, ao oráculo de nós, à reflexão dos nossos actos, dos nossos pensamentos. Essa é a conquista de que falo, a batalha connosco, a luta por ser melhor sem rasteiras ou jogos sujos. Os sinos são velhos, porque a necessidade desse exercício é velha. são meninos por que a mesma reflexão é sucessivamente esquecida e nunca deixa de ser um esboço ou um embrião.
Os sinos são hermes de nós para nós. Se nessa introspecção encontramos a ideia de Deus numa das encruzilhadas das nossas congeminações, então aí a questão é pessoal, cada um envereda por onde quiser e encontra quem desejar.
Jinhos.
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