quinta-feira, maio 26, 2005

Algarve


Olhei para o fudo dos teus olhos de sal,
contei nas ondas as repetidas juras de Portugal.
Descobri no reino cristão os ancestrais guerreiros,
que se lançam ao mar, filhos dos egrégios marinheiros.

És, em cada Vila tua, uma casa caiada.
Um pátio aberto, uma noite estrelada,
das mouras encantadas, a sua magia.
És mulher morena, terra algarvia.

São os teus sabores, o Sol ou a Serra,
não sei que seja na verdade,
talvez esta gente que dedicada à terra,
deixa tanta saudade.

Argunautas das traineiras,
Homens do campo e do mar,
Das casas caiadas à alfarrobeira,
das noites encantadas ao luar.

Deixou lágrimas na pele morena,
recordando o amor do mouro infiel.
são amêndoas amargas, são pena,
das noites de lenda, das luas de fel.

Uma onda te beija enquanto uma lágrima te despede.
Que amor assim não se mede.
És areia fina, rede de pesca, sal.


És do mundo um sorriso desenhado,
na areia, na rocha, nos rosto.
És este Algarve amado.

8 Comments:

Blogger Unknown said...

e assim se faz um poema ou escreve sobre o algarve onde o medronho é mais forte que a fé.

5:25 da tarde  
Blogger rita said...

muito obrigada mesmo :) visitarei este blog mais vezes bj

2:18 da tarde  
Blogger rita said...

fico grata pelas tuas palavras. um beijo para ti

5:55 da tarde  
Blogger BlueShell said...

Não te conhecia.

Fez-me bem ler este poema. Obrigada. BShell

11:25 da tarde  
Blogger Lua said...

João as tuas palavras têm a cor do nosso mar e conseguem-nos transportar para uma dimensão em que sabe bem falar português, coisa difícil nos dias que correm.
Muito obrigada pelas simpáticas palavras que deixaste no nosso cantinho.
Beijinhos

5:42 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Até que enfim te encontrei na Blogosfera moço...
Vê lá se apreces onde andaste a tirar o curso...
Um abraço.

4:31 da manhã  
Blogger soledade said...

Fico aqui a olhar para este poema e a evocar o Algarve que conheço desde criança e de que gosto tanto, a costa, mas também o interior, uma aldeiazinha chamada Algoz onde cheira a alfarroba e a figueiras. E o mar não muito longe, já quase Mediterrâneo. Gostei muito de ler o poema - este sentido de pertença a uma terra, a uma herança.
P.S.:Ainda bem que gostas de rir. Contra o cinzentismo do mundo :-)

12:20 da manhã  
Blogger Rita G. said...

Gostei muito do poema ;) jitux

10:31 da tarde  

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