Fazer de conta
Vamos fingir!
Eu faço de conta que escrevo,
e já que estamos nestes empenhos,
nestas manhas do sentir,
em mentira e sem rigor,
vamos disfarçarmo-nos de poeta e leitor.
Vamos, por desenhos,
escritoe na folha branca,
mentirmo-nos mutuamente.
Assim...
Eu finjo que sou poeta,
e tu fazes de conta que ouves,
finges que tenho jeito
e, posto que está o mal feito,
Mentes-me com uma lágrima,
segredando-me que te a roubei.
Eu...
Faço de conta que acredito,
que essa lágrima é todo o meu mundo,
que é o aquário onde medito,
e onde pesco outras lágrimas tuas.
Eu faço de conta que escrevo,
e já que estamos nestes empenhos,
nestas manhas do sentir,
em mentira e sem rigor,
vamos disfarçarmo-nos de poeta e leitor.
Vamos, por desenhos,
escritoe na folha branca,
mentirmo-nos mutuamente.
Assim...
Eu finjo que sou poeta,
e tu fazes de conta que ouves,
finges que tenho jeito
e, posto que está o mal feito,
Mentes-me com uma lágrima,
segredando-me que te a roubei.
Eu...
Faço de conta que acredito,
que essa lágrima é todo o meu mundo,
que é o aquário onde medito,
e onde pesco outras lágrimas tuas.
2 Comments:
Lindo.
"O poeta é um fingidor."
Fernando Pessoa
Está brilhante. Conseguis-te atingir o nível que, na minha opinião é o máximo da poesia: a simplicidade. Em poucas palavras (não "palavras caras", mas simples) transmites tantas outras.
Abraços.
Jay
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