quinta-feira, agosto 05, 2004

Procissão do Insólito

Contava um sábio,
que um dia
um mendigo cantava na vila que havia
nas terras de além.
E que mal tem?
Se o sábio que nada soube
da morte do surdo que tudo ouve,
contada pelo mudo ao cego que tudo vê!

Havia um ardina nesta vila do Insólito,
que calava a notícia
com despeito e malícia!
E nessa mesma terra um acólito,
rezava ao desconcerto da Imagem.
No desvaneio do Silêncio.
E que mal tem?
se Inocêncio,f
ilho de Paulo e Pedro sacrificados,
fosse matando a fé aos bocados,
na esperança de ouvir a resposta
que nunca chegará!

Contara-me um sábio, que lá havia
que na terra de Deus, morria
a fé dos Homens pelo silenciar
da resposta. Ao demorara obra no esquecimento.
Ali se ficava!
E assim...um sábio dizia que um surdo ouvira
falar de Deus a um mudo...
E que se mentira fosse,
este relato do Insólito,
que se perguntasse a Inocêncio,
que era lá acólito!