Guadiana
Rio que abraças quase completamente,
Esta cidade e esta gente,
De mãos secas e calejadas.
São brisas,
As memórias
Que trazes em maresias.
O ruído das vozes,
O ranger das cordas
Esticadas na teimosia
De uma prisão.
Vive nas lágrimas do pescador
A saudade expelida.
É mar salpicado de dor
Essa lágrima sentida.
São histórias de um rio.
Os velhos e as amarras,
Os putos a saltar no caís,
As roupas encharcadas,
O castigo e o desafio.
E memórias tais,
Que se contam entre copos e cartadas.
Hoje olham-te outros olhos,
Num sossego que ninguém quis.
São escolhos
de saudoso matiz.
Os passos de outrora
São agora cansados,
Esquecem-se os de agora,
Os moços que brincam no cais,
Que as pinceladas da memória
Reavivam a azáfama daqueles dias.
Esta cidade e esta gente,
De mãos secas e calejadas.
São brisas,
As memórias
Que trazes em maresias.
O ruído das vozes,
O ranger das cordas
Esticadas na teimosia
De uma prisão.
Vive nas lágrimas do pescador
A saudade expelida.
É mar salpicado de dor
Essa lágrima sentida.
São histórias de um rio.
Os velhos e as amarras,
Os putos a saltar no caís,
As roupas encharcadas,
O castigo e o desafio.
E memórias tais,
Que se contam entre copos e cartadas.
Hoje olham-te outros olhos,
Num sossego que ninguém quis.
São escolhos
de saudoso matiz.
Os passos de outrora
São agora cansados,
Esquecem-se os de agora,
Os moços que brincam no cais,
Que as pinceladas da memória
Reavivam a azáfama daqueles dias.
posted by João at 1:30 da tarde
5 Comments:
Obrigada João pelo teu comentário.
Tens um belo blog, admiro-o por conseguires mostrar um pouco mais de ti (apesar de não serem poemas necessariamente autobiográficos)do que a maioria da superficilidade dos blogs ,nos quais incluo,infelizmente, o meu (mas só por enquanto, tenciono começar em breve a trabalhar em projectos).
Em relação à imagem, faz parte de um saltério de Henrique de Blois datado de cerca de 1150. Mostra o anjo Gabriel a fechar os condenados na boca de Leviathan,um monstro marinho feminino (quem diria!) que figura em inúmeras lendas, semitas e não só, sobre a criação.
Prometo ser visita assídua dos teus despojos :)
Quero agradecer a todos a visita e os comentários.
Guadiana é o poema sobre um rio que acaba por talhar a personalidade das gentes da minha terra. Os tempos dde azafama do atum, as fabricas, os estrangeiros e os enormes barcos são hoje fantasmas da memória. Hoje ficou a saudade, a amargura de deixar o mar, os calos na mão são marcas de um tempo em que o trabalho ambundava. Silenciaram-se as máquinas e entristeceram-se os rostos. No caís onde havia enormes embarcações, hoje há putos que saltam para a água.
P.S.- "Eu" gostaria de saber que livro procuravas quando encontraste este blog.
P.S.- "Ricardo" tenho comentado o teu blog e sugiro a todos aqueles que lêm o meu a visita ao teu, aqui vai uma boa sugestão http://tadenoite.blogspot.com. Um abraço para ti, para a Sandra e para o Kim.
Tenho de criar um comment só para a "few words", pois é uma das mais antigas leitoras deste blog. Obrigado pelos comments e pela amizade. Se não tivesses sido tu este blog já não existiria e a poesia que nele está acabaria nas pastas dos meus documentos até que um vírus as eliminasse (como aconteceu às outras!).
Um beijinho grande.
Tenho de criar um comment só para a "few words", pois é uma das mais antigas leitoras deste blog. Obrigado pelos comments e pela amizade. Se não tivesses sido tu este blog já não existiria e a poesia que nele está acabaria nas pastas dos meus documentos até que um vírus as eliminasse (como aconteceu às outras!).
Um beijinho grande.
Tenho de criar um comment só para a "few words", pois é uma das mais antigas leitoras deste blog. Obrigado pelos comments e pela amizade. Se não tivesses sido tu este blog já não existiria e a poesia que nele está acabaria nas pastas dos meus documentos até que um vírus as eliminasse (como aconteceu às outras!).
Um beijinho grande.
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