Algarve
Olhei para o fudo dos teus olhos de sal,
contei nas ondas as repetidas juras de Portugal.
Descobri no reino cristão os ancestrais guerreiros,
que se lançam ao mar, filhos dos egrégios marinheiros.
És, em cada Vila tua, uma casa caiada.
Um pátio aberto, uma noite estrelada,
das mouras encantadas, a sua magia.
És mulher morena, terra algarvia.
São os teus sabores, o Sol ou a Serra,
não sei que seja na verdade,
talvez esta gente que dedicada à terra,
deixa tanta saudade.
Argunautas das traineiras,
Homens do campo e do mar,
Das casas caiadas à alfarrobeira,
das noites encantadas ao luar.
Deixou lágrimas na pele morena,
recordando o amor do mouro infiel.
são amêndoas amargas, são pena,
das noites de lenda, das luas de fel.
Uma onda te beija enquanto uma lágrima te despede.
Que amor assim não se mede.
És areia fina, rede de pesca, sal.
És do mundo um sorriso desenhado,
na areia, na rocha, nos rosto.
És este Algarve amado.