Anoitecermo-nos
Grita-se: "Noite!".
E a noite das noites cai
no anoitecer do dia.
Pintando tudo de breu.
E enquanto anoitecia,
meu coração que nada sabia,
sabendo-se de noite, escureceu.
E na escura noite fria,
a minha alma se perdeu.
Cega na noite fria que escurecia,
sem o alento do coração que anoiteceu.
Mergulhando tudo no mais puro breu.
Já não se sabia,
se era a noite um escuro dia,
ou um dia que anoiteceu.
Grita: "Açoite!".
E pelo açoitar da minha alma que anoitecia,
já não deve ser noite,
e talvez nem dia!
Para AF